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O último adeus


Na madrugada daquele dia acordamos com a notícia de que em ato performativo, o artista plástico Leoni deixou de existir, em protesto contra a perda iminente de uma região que representa a identidade de Santa Cruz, importante por sua ecologia, história e cultura, atualmente ameaçadas pela subjugação, desmatamento e incêndios florestais: a Chiquitania e suas florestas.


Como memória póstuma, Leoni preparou com meses de antecedência o “Último Adeus” com reflexões sobre a nossa identidade cultural e o nosso património natural que está a desaparecer.


Hoje os avós chiquitanos, yarituses e piñocas choram, seus olhos por trás das máscaras nos olham com tristeza e os pachochises têm um ritmo de dor pelo desaparecimento de seu habitat e de sua própria cultura. Agora o pintor que os representou e os deu a conhecer despede-se num acto performativo e vai ao encontro da flora, da fauna e da identidade cultural que durante muito tempo morreram perante os nossos olhos e a nossa passividade.
 

Esta performance denuncia a perda iminente de uma região, importante pela sua ecologia, história e cultura, atualmente ameaçada pela subjugação, desflorestação e incêndios florestais: as florestas. Nesta analogia da perda de um ente querido com o desaparecimento da cultura e das florestas, é que se torna perceptível uma realidade que não é visível para todos. É necessário dizer o último adeus para um novo começo.

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